
Durante décadas, o tiro esportivo foi associado quase exclusivamente ao universo masculino. No entanto, essa concepção está sendo radicalmente transformada. Cada vez mais mulheres estão ocupando espaços nas linhas de tiro, trazendo uma nova perspectiva e provando que a excelência nesse esporte não tem gênero.
Caminhos abertos com precisão
Embora o esporte tenha feito sua estreia nos Jogos Olímpicos modernos em 1896, as mulheres só puderam competir a partir de 1968 — e ainda dividindo as provas com os homens. Foi apenas em 1984, nas Olimpíadas de Los Angeles, que categorias exclusivamente femininas foram incluídas. Esse marco proporcionou não apenas visibilidade, mas também impulsionou o engajamento de muitas jovens atiradoras.
Um nome inesquecível dessa trajetória é Margaret Murdock, que, em 1976, alcançou a prata em Montreal competindo contra homens, provando que talento e precisão não são definidos por gênero. Sua conquista foi um divisor de águas no debate sobre igualdade no esporte.
Hoje, o programa olímpico de tiro esportivo conta com 15 provas, sendo seis femininas, nove masculinas e outras de caráter misto, evidenciando o progresso em direção a uma modalidade mais inclusiva.
Destaque feminino em crescimento
O cenário brasileiro também vive essa transformação. Clubes e federações têm registrado um aumento significativo no número de atiradoras. Segundo a Liga Nacional dos Atiradores Desportivos (LINADE), já são mais de cinco mil mulheres cadastradas. Em 2025, mais de 600 participaram de eventos de grande porte, como a Copa Brasil e o Campeonato Nacional de Tiro Desportivo.
A indústria respondeu a essa nova demanda com inovação. Equipamentos adaptados ao público feminino — desde armas com empunhaduras ergonômicas até acessórios pensados para atender às preferências de estilo e conforto — têm ganhado espaço no mercado.
Potenciais femininos que fazem a diferença
Além do treinamento e da técnica, algumas características típicas ajudam a explicar o destaque feminino no tiro esportivo:
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Autocontrole emocional, essencial em provas de precisão;
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Alta capacidade de concentração, fundamental para manter o foco;
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Boa coordenação corporal e postura, que favorecem a execução técnica dos disparos.
Essas qualidades foram decisivas para conquistas como a de Ana Luiza Ferrão, primeira brasileira a conquistar ouro no tiro esportivo feminino em Jogos Pan-Americanos, e também para a trajetória de Rosane Ewald, que representa o Brasil em torneios internacionais.
Para além da competição: o tiro como ferramenta de fortalecimento pessoal
Muitas mulheres brasileiras têm buscado o tiro esportivo não só como competição, mas também como um caminho de autoconhecimento, disciplina e superação emocional. Entre os benefícios mais citados estão a redução do estresse, a melhoria da concentração e o aumento da autoestima.
A prática tornou-se, para muitas, uma forma de empoderamento pessoal, rompendo com estigmas e ampliando horizontes.
Desafios persistem, mas o avanço é contínuo
Apesar do crescimento, a loja Top Arms, de São Paulo (SP), reconhece que ainda há obstáculos. O machismo estrutural e a resistência à mudança continuam presentes em alguns ambientes.
Contudo, a conquista de espaço por mulheres em cargos técnicos e diretivos, somada ao aumento da representatividade nas competições, reforça que o cenário está mudando. Com apoio, visibilidade e investimento, é possível imaginar um futuro onde o tiro esportivo seja referência em diversidade e igualdade.
O protagonismo feminino nas linhas de tiro é mais do que uma tendência — é uma conquista histórica em pleno curso. O esporte, que já exige concentração, disciplina e precisão, mostra que essas qualidades pertencem a quem se dedica, independentemente do gênero.
Para saber mais sobre mulheres no tiro esportivo, acesse:
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